31 agosto 2020

Colete salva PF de tiro efetuado por integrante do PCC durante operação "Caixa Forte-Parte 2", em Cuiabá/MT

Houve reação e os policiais conseguiram prender o criminoso, fato aconteceu no momento em que os policiais chegavam ao imóvel do investigado.


Renan Nucci
31/08/2020
Policial foi baleado em confronto, em Cuiabá, durante operação 'Caixa Forte - Parte 2'-Imagem: Polícia Federal/Divulgação

Integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) alvo da Operação Caixa Forte II, deflagrada na manhã desta segunda-feira (31) em Mato Grosso do Sul e vários outros estados, atirou contra um policial federal. No entanto, o disparo acertou o distintivo no peito do policial e parou no colete à prova de balas. O caso ocorreu na região do distrito de Sucuri, em Cuiabá (MT).

O disparo foi dado no momento em que a equipe chegava a um dos imóveis usados pela facção. Os policiais se identificaram e logo foram recebidos a tiros. Houve revide e o bandido acabou preso com um revólver calibre 38. Ele vai responder por porte ilegal de arma de fogo e tentativa de homicídio. O colete impediu que o PF fosse ferido com gravidade.

Ação policial, que foi coordenada pela Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado) para cumprimento de 600 mandados em todo o país, a fim de sufocar a estrutura logística de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro da facção. Investigações revelaram que os integrantes que matavam policiais, delegados, promotores e outras autoridades, recebiam mesadas generosas das lideranças da organização.

Operação

Em Mato Grosso do Sul foram 122 mandados de busca e apreensão e prisão em 11 cidades. Em Campo Grande, oito mulheres usadas como ‘laranjas’ foram presas. Os alvos na Capital estavam nos bairros, Aero Rancho, Jardim Colúmbia, Rita Vieira, Marajoara, Canguru, Novos Estados, Santa Luzia Jardim Monumento. Também teve uma prisão em Água Clara. Houveram mandados ainda em Corumbá, Três Lagoas, Aquidauana, Paranaíba, Bataguassu, Dourados e Ribas do Rio Pardo.
Em uma residência investigada na cidade de Santos/SP foi apreendido a quantia de mais de R$6 milhões de reais em espécie
Imagem: Polícia Federal/Divulgação

Dos mais de 600 mandados que estão sendo cumpridos, 422 são de prisão, sendo parte deles (179) contra pessoas que já estão detidas. Entre os alvos estão integrantes da facção, familiares e outras pessoas responsáveis por lavar dinheiro para a organização. O estado com o maior número de mandados de prisão é o Paraná, com 101.

"Essa operação policial é a maior da história do país e da Polícia Federal em vários aspectos: em número de mandados, principalmente de membros da facção de alto grau, e em número de mandados de lideranças da facção que estão soltas. É a maior em número de estados, é a maior operação de lavagem de dinheiro", disse o delegado Elvis Secco, coordenador geral de repressão a drogas e facções criminosas da PF.

Só em um endereço, em Santos, no litoral de São Paulo, agentes encontraram R$ 2 milhões e US$ 730 mil em espécie. Em Cuiabá (MT), houve confronto e um policial acabou baleado. Ele foi salvo pelo colete à prova de balas.

"É um operação histórica porque não veicula as prisões de baixo escalão. Ela veicula a localização de esquemas de lavagem de dinheiro, de como esses valores são movimentados. Ela visa, acima de tudo, desarticular, desestabilizar, quebrar a parte financeira da organização criminosa. Não estamos mais no viés de realizar operações prendendo membro de baixo escalão ou simplesmente apreendendo drogas. Sempre o objetivo é enfraquecer essas organizações criminosas", detalhou Secco.

Além disso, dos 422 mandados de prisão, 305 foram cumpridos. Também foram cumpridos os 202 mandados de busca e apreensão e quatro armas de fogo foram apreendidas. Uma delas estava com o integrante da facção que atirou com a equipe da PF durante incursão na região de Cuiabá (MT).

Fonte: MIDIAMAX

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