Vídeo: Policiais penais fazem protesto por execução de colega em Piraquara/PR, servidor não teve apoio do Depen

Policiais penais fizeram, ontem, protesto por causa da morte do colega Lourival de Souza, executado na quarta-feira dentro de sua casa, no Jardim Esmeralda, em Piraquara.

Josianne Ritz e Franklin de Freitas
14/08/2020

Servidores estão preocupados com a falta de segurança e o pouco caso do Depen (Foto: Divulgação/SINDARSPEN)

A vítima, que trabalhava na Penitenciária Estadual de Piraquara, vinha sofrendo ameaças de morte de uma facção que atua em prisões do Estado.

Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Paraná (Sindarspen), Ricardo Miranda, outros policiais penais também estão sofrendo ameaças. “O governo do Estado sabia que Souza estava sofrendo ameaças e nada fez para protegê-lo. Nós precisamos de segurança jurírdica e pessoal para podermos trabalharmos. É obrigação do Estado. A categoria está esquecida pela administração estadual, porque além das ameaças também há muitos suicídios e ainda por cima a Covid-19 que também nos ameaça”.

Servidores estão preocupados com a falta de segurança (Foto: Divulgação/SINDARSPEN)

O protesto começou na frente da Capela Mortuária São Roque, onde o agente penitenciário foi velado, seguiu para o Palácio Iguaçu, onde os manifestantes colocaram cruzes simbolizando as mortes no sistema penitenciário.

Segundo a polícia, quatro homens são suspeitos de terem participado da execução do agente.

Quantos mais serão necessário morrer para se ter investimento e segurança no sistema prisional?

Em nota, o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen-PR) afirmou que todos os registros de ameaças a servidores públicos são devidamente apurados pelo setor de inteligência do Depen. “Sobre esse caso, todas as medidas cabíveis foram adotadas. Inclusive, por precaução, o servidor foi afastado da carceragem”. O servidor também estava em processo de transferência

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Mensagens mostram que agente penitenciário morto a tiros em Piraquara estava sendo ameaçado

Mensagens de áudio foram mandadas por Lourival de Souza, de 49 anos. 'Esses tempos foi visto um carro perto da minha casa', disse.

Mensagens de áudio enviadas pelo agente penitenciário Lourival de Souza, assassinado a tiros na quarta-feira (12) em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, mostram que ele vinha sendo ameaçado de morte.

Segundo a polícia, o agente foi morto dentro de casa. Quatro homens são suspeitos de terem participado da execução.

Lourival de Souza tinha 49 anos de idade, era policial penal do SOE e deixa a esposa e mais 05 filhos

As investigações apontam que três homens entraram no local e mataram Lourival enquanto ele tomava banho. Outro suspeito ficou fora da casa e rendeu pessoas de um imóvel ao lado da casa. Ninguém foi preso.

O corpo de Lourival de Souza foi velado e sepultado nesta quinta-feira (13), com homenagens de colegas e familiares.

Mensagens

Em um dos áudios, divulgados pelo Sindicato dos Policiais Penais do Paraná (Sindarspen), Lourival conta que um celular apreendido pelos agentes na penitenciária tinha uma foto dele e informações para que ele fosse executado.

Lourival afirma em mensagem que celular apreendido tinha informações e foto dizendo para executá-lo Foto: Reprodução/RPC

Em outra mensagem de áudio, o agente morto diz que foi alertado que ele estava sendo ameaçado e que viu um carro suspeito rondando a sua casa.

O agente fazia parte do Setor de Operações Especiais (SOE). Segundo o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), Lourival trabalhava desde 2006 no órgão e estava lotado na Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP).

Lourival afirmou que viu um carro suspeito rondando a sua casa, em Piraquara — Foto: Reprodução/RPC

O diretor do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), Francisco Caricati, afirmou que nenhuma denúncia formal chegou ao departamento, mas que preventivamente o agente foi transferido de função, para não ter contato com detentos, e que seria transferido de unidade, dentro da Penitenciária de Piraquara.

Caricati afirmou que Lourival foi orientado a procurar a Polícia Civil para fazer uma denúncia, mas, segundo o Depen, isso não aconteceu.

"Esse protocolo é o mais salutar pra uma situação dessas. Não há como a gente adotar nenhuma outra alternativa, mesmo porque, se fosse adotar, implicaria em uma mudança de vida do agente, coisa que eles normalmente não querem", afirmou.

Vídeo Sindicato denuncia: Outros policiais penais estão sendo ameaçados por facções  

O crime

Segundo a polícia, os quatro suspeitos chegaram em um carro preto até a esquina da casa. Três deles entraram no imóvel, e o quarto suspeito rendeu pessoas que estavam em um restaurante em frente à residência - que fica nos fundos.

Essa ação durou cerca de três minutos, conforme imagens de câmeras de segurança. Segundo a polícia, um dos suspeitos roubou dinheiro do caixa do restaurante.

Na casa também estavam a mulher da vítima, uma filha e um pintor que prestava serviços para a família. Eles foram rendidos pelos suspeitos, conforme a polícia.
A Polícia Civil informou que investiga o caso.


Fonte: G1/BEM PARANÁ

Vídeo: RICMAIS/Balanço Geral Curitiba

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