Proposta identifica verbas que fogem ao teto constitucional para beneficiar servidores já privilegiados, que fogem da normalidade do Serviço Público.
Cristiano Pavini
Coordenador de projetos da Transparência Brasil
Juliana Sakai
Diretora-executiva da Transparência Brasil
12.jan.2025
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Parte do alto escalão do Poder Judiciário não se enxerga como servidor público, “mas sim como parte de uma casta de privilégios” - Imagem: Disponível na internet @instituto liberal |
Constata-se a divindade da magistratura nos sagrados supersalários. Juízes e desembargadores operam o milagre de caminharem sobre o teto constitucional do funcionalismo público sem dificuldades. Apenas nos tribunais estaduais, conforme a Transparência Brasil constatou, o contribuinte brasileiro desembolsou R$ 4,5 bilhões acima do teto em 2023. Em Mato Grosso do Sul, o vencimento médio pago a cada membro chegou a R$ 85 mil.
A graça é alcançada com divinos penduricalhos, ofertados —do bolso da população— em grande parte por eles mesmos, em atos administrativos próprios, sem amparo legislativo. Tal qual de água para vinho, transformam a natureza de benefícios, que deixam de ser remuneratórios —limitados ao teto— para se tornar indenizatórios, cujo limite é o céu.
A licença-compensatória, que aumenta seus salários em até um terço, custou R$ 819 milhões ao Judiciário desde julho do ano passado, conforme a Transparência Brasil revelou recentemente.
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A graça é alcançada com divinos penduricalhos, ofertados - do bolso da população - em grande parte por eles mesmos, em atos administrativos próprios, sem amparo legislativo |
A redação inicial da PEC 45/2024 ousou questionar esses dogmas. Mas o Congresso recebeu romarias de associações de classe do sistema de Justiça para a conversão dos parlamentares. A versão aprovada abre caminhos para os contracheques continuarem imaculados. Quem sabe deputados e senadores já tenham com isso até conseguido reservar seu lugar no paraíso.
O mesmo Parlamento que se agiganta sobre o Orçamento do Executivo, apoderando-se com suas emendas de um quarto das despesas livres, ajoelhou-se para louvar as santidades judiciais. Não ousaram replicar o questionamento feito pela agente de trânsito há 13 anos.
O próximo capítulo pode ser a aprovação do PL dos Supersalários. A proposta identifica as verbas indenizatórias que não entram na conta do teto constitucional. O texto originado do Senado foi desvirtuado pela Câmara, que multiplicou as exceções tal qual o milagre dos pães, legalizando a já mencionada licença-compensatória.
Obviamente, não se trata de alimentar uma multidão, mas sim engordar os bolsos da diminuta e autoabençoada elite do serviço público.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo/Tendências/Debates
Na realidade, o teto é o salário do judiciário. O que está acima do teto, são os chamados " penduricalhos ". Nunca conseguiram mudar isso no Congresso Nacional, e nunca irão conseguir pois, todas as vezes que mexem no assunto, o judiciário levanta algo contra os congressistas, daí eles recuam. Acho muito difícil isso ser revertido um dia.
ResponderExcluirE aí Bill? O ASP que trabalha na subportaria a noite é considerado um penduricalho para a SAP?
ExcluirVocê disse isso, é o mesmo que afirmar ( toda diretoria da SAP errou) pois, quem determinou quatro turnos de serviço, foi a Secretaria. Aliás, como você com tanta sabedoria ainda está trabalhando aqui? Deveria estar ganhando seus trinta mil reais em outro cargo público. Perde tempo não, vai à luta.
ExcluirUsando a internet no horário do plantão 🤔
ExcluirIsso dai é um "toma lá da cá", o governo federal e estadual, engorda os bolsos dos magistrados e da promotoria, e nosso direitos são procrastinados em todas ações judiciais, um bom exemplo disso é a ação do ALE, o governo mudou até a juiza do caso, simples, se não faz oque quero agente muda para quem faça, típica ação de governos ditadores, agora só resta esperar para sabermos, de qual regime estamos falando, comunismo, facismo, nazismo ou outro novo que pode estar iniciando.
ResponderExcluirFaz o L
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